As discussões sobre a inexorabilidade da quebra do Euro reapareceram em conversas entre economistas e investidores. Meio estranho voltar a esse tópico, talvez seja porque estamos todos analisando a efetividade das propostas que estão aparecendo.
O argumento básico é que está havendo uma divergência entre os países Europeus, e que seria impossível fazer a Grécia virar a Alemanha. O gráfico favorito do JPMorgan é mostrar o que aconteceu com a Produção Industrial da Itália com relação a Alemanha após a União (Na figura abaixo eu também inclui França e Espanha). A explicação é que enquanto a Alemanha teve uma redução salarial (em termos reais), que não foi acompanhada pelos países mediterrâneos. Com isso, a Alemanha tornou-se bem mais competitiva.
A mesma lógica aparece se olharmos o câmbio de equilíbrio dos diferentes países. Para a Alemanha o Euro estaria desvalorizado (competitivo) enquanto para a Grécia o Euro estaria extremamente caro. Ou então se olharmos as Transações Correntes, muito positivas para a Alemanha e muito negativas para a Itália.
Levando o argumento no limite, Martin Wolf conclui que a culpa da crise seria da Alemanha. Que ela é que tem se beneficiado da União Europeia, e ela que deve ceder, depreciando o Euro. Alternativamente (e meio que contraditoriamente), o Euro estaria fadado à ruptura, pois seria fútil tentar fazer Grécia convergir à Alemanha.
Eu discordo desses argumentos. Mas não pela razão que você provavelmente imagina. Volto depois para lhe explicar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário