Talvez você não tenha apreciado o exemplo do banco já
quebrado no post anterior, achando que a existência desses não é empiricamente
relevante. Mas note que é possível chegar ao mesmo resultado se considerarmos
que bancos não quebrados estão recebendo garantias que não quebrarão.
A ideia é que se um
desses bancos quebrasse atualmente, não somente suas ações virariam pó, mas
parte de seus títulos também tomariam um corte (haircut). Com a LTRO, o BCE estaria garantindo que se os bancos
comprarem títulos soberanos podres, não haveria um corte (adicional) sobre seus
títulos. Essa promessa não esta sendo feita explicitamente, mas fica implícita
nos discursos em que sugere aos bancos comprem títulos soberanos podres. Note-se,
nesse arranjo também aparece a mesma assimetria na compra de títulos pelos
bancos: se der certo o banco ganha, se der errado o BCE perde.
Outro aspecto interessante é que os novos juros italianos já
não refletem diretamente a probabilidade da Itália dar calote. Eles fazem
sentido dentro do problema de maximização dos lucros dos bancos, que estariam
quebrados de todo jeito, e viram suas restrições alteradas. Não é necessário
que a probabilidade de calote tenha caído para (De fato, é ate possível
construir um exemplo em que a probabilidade de calote não caiu consistente com
a queda de preço). Dito isso, eu acredito que a probabilidade de calote caiu, e
substancialmente.
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