Acho que entendi porque meus títulos do Governo da Grécia
(GGBs), com vencimento em março, continuam tão feios, precificados a 43,5% do
valor de face.
Meu racional inicial para a compra deles é que a Grécia
tinha (e tem) déficit primário, e não tomará a iniciativa do calote. A tomada
teria de ser desligada pela própria Troica, que deixaria de dar o dinheiro
suficiente para rolagem, mas isso parecia muito improvável.
Depois, quando começou a história de PSI (Private Sector Involvement),
eu fiquei segurando os títulos por que eu não nunca me voluntariei a nada,
menos ainda a tomar um haircut. Achava que o PSI iria acontecer, mas os
egoístas ficaríamos com o valor de face.
Estava achando estranho os preços ficarem tão baixos, com a
imensa oferta de egoístas pelo mundo. Mas agora entendi que caso a adesão ao
PSI não seja muito grande, as autoridades podem introduzir CACs (Collective
Action Clause), utilizando a lei grega. Nesse caso, eu também levo um totó nos
meus GGBs.
Mais relevante que meu prejú psicológico, a introdução das
CACs criaria um evento de crédito, os CDS seriam gatilhados. Será que o mercado
reagiria mal a esse evento? Não sei, mas acho que não.
Nenhum comentário:
Postar um comentário